sexta-feira, 10 de maio de 2013

Cidadania: Estamos exercendo-a corretamente?

O tipo de governo brasileiro é o democrático, o que abre oportunidades para que o povo brasileiro possua muitas maneiras de exercer sua cidadania. Isso quer dizer que quem manda é o povo; é o povo quem escolhe quem irá conduzir seu país da melhor forma. O único empecilho para as pessoas é que, muitas vezes, elas desconhecem que tem este direito. José Murilo de Carvalho nos conta que um cidadão pleno é o que possui – e exerce – três direitos, quais são o direito civil, o direito político e os direitos sociais. 

Ao longo do processo de cidadania no Brasil, o povo brasileiro, em determinados momentos, não tinha o direito de expressar sua opinião. Como por exemplo, o direito ao voto, onde os participantes eram bastante
selecionados e as mulheres passaram a votar somente em 1932 com o início da Era Vargas. Nas palavras de Carvalho, “o cidadão se torna cada vez mais um consumidor, afastado de preocupações com a política e com os problemas coletivos”, o que na minha opinião, é um dos principais exercícios de cidadania que uma pessoa humana tem direito e dever de exercer.

Quando se cria, por exemplo, uma lei complementar ou uma emenda constitucional, uma pessoa comum tem capacidade e pleno direito (e dever de cidadão) de tomar conhecimento das decisões a serem tomadas para o exercício de criação desta nova lei ou emenda. Ele pode interferir de forma direta ou indireta nesta criação, propondo inclusive o projeto para iniciar esse processo, porém, ele só poderá realizar este ato através do senador ou deputado que ele escolheu para ser seu representante.

Pode-se assim compreender que, hodiernamente, qualquer brasileiro pode exercer sua cidadania de forma fácil, diferente de algumas décadas atrás, porém, como citado acima, o que impede o cidadão de exercer
sua cidadania é a falta de reconhecimento deste direito. Inclusive, muitas pessoas não levam a sério a política, desvalorizando seu poder de voto, que é o “xeque-mate” na hora de se escolher bons representantes para servirem ao país.

Compreende-se melhor, portanto, o motivo pelo qual não se investe na educação como se deveria. Como os cidadãos brasileiros tem grande poder de influencia sobre a política e sociedade de um país, obviamente que, se tiverem conhecimento disto (o que se daria através de mais investimento em educação), vão querer exercer esse direito, e nossos representantes, eleitos por nosso voto inconsciente, obviamente não querem interferência do povo em suas decisões.


O povo brasileiro não possui apenas os direitos que, como pode-se dizer, são básicos e todos conhecem. Quando o povo obtém conhecimento da capacidade que tem, deve exercê-lo de forma livre e consciente. Se todos os cidadãos tivessem acesso ou reconhecessem como funciona seu livre exercício de cidadania, certamente nosso Brasil seria um país mais desenvolvido e mais justo. Enquanto a mídia nos influencia com seus fatos sociais, por debaixo dos panos, o governo age e ninguém percebe.

Isso tudo torna lenta a marcha de cidadania entre nós. Tantos lutaram por este direito, e agora que todos tem acesso à ele, nas palmas de suas mãos, não o exercem, porque não tem conhecimento deste direito. Oportunidades para se exercer cidadania se abrem todos os dias, a questão é que se deve querer exercer. Para isso, se faz necessário que o povo reconheça que não são as pessoas que servem ao governo, e sim que o governo é quem tem a obrigação de servir ao país do jeito que seu povo queira.

Concluindo, o Brasil ainda precisa melhorar. O processo de criação de normas brasileiras é lento e rigoroso, mas o que o brasileiro precisa saber é que lhe cabe a capacidade de que podem fazer parte desse processo através dos representantes que escolhe. Portanto, cabe a cada pessoa o direito de conhecer como funciona os processos de elaboração de normas dentro de nosso país. Assim sendo, fica explicita a ideia de que todos tem poder sobre o poder.

Deus nos abençoe!