Há alguns dias fiz um trabalho acadêmico que me rendeu muita satisfação (pessoal). Pude através deste esclarecer muitas duvidas, e ir além das pesquisas exigidas pelo professor. Aqui está uma parte deste. Espero que gostem.
"Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda,
os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra dizendo: Este é o caminho,
Andai por ele."
(Isaías 30:21)
A
Religião: Conforta ou Reprime?
Sem
o reconhecer de sua origem, o homem permanece caçador de si mesmo, e ainda
pergunta: quem sou eu? De onde eu venho? Porque existe o mal e qual é a solução?
Estas perguntas soam nos corredores da historia por todos os tempos, até que o
homem aceite a resposta do Criador. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à
imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Genesis 1:27).
Existem
algumas filosofias que respondem às perguntas acima, dentre elas:
O
Naturalismo, que prega que o que se originou foi devido as leis naturais do
universo. Nega a realidade transcendente. Você tem oitenta anos debaixo do sol
e mais nada. Está permeando a ciência e daí veio o positivismo, o materialismo
e o secularismo ateu.
O
Panteísmo, diz que a deidade está nas forças e processos da natureza. Tudo o
que existe possui uma parte da divindade e nesta filosofia não existe uma
distinção definida entre o Criador e a criatura. O misticismo enfatiza tanto o
sagrado como o divino.
O
Teísmo prega que existe um Deus Criador, Sustentador e Soberano no Universo.
Acredita que, com a entrada do pecado, alterou a criação divina. Entende que
Deus está em Cristo restaurando Sua criação.
A
partir disso podemos tirar a seguinte conclusão: No naturalismo, Deus está em
tudo. No panteísmo, Deus está em nada. No teísmo, há um Deus soberano que criou
tudo na mais perfeita ordem, mas o pecado corrompeu, alterando então sua
criação divina.
No
período da Idade Média, existiram alguns pontos que a caracterizam como Idade
das Trevas, exatamente pelo fato de desfigurarem a mensagem bíblica e a
aplicarem às pessoas como achavam que seria melhor. A igreja citava normas e
regras, e as pessoas eram obrigadas a seguirem. Caso não o fizessem, iriam para
o purgatório (Lugar onde se purificam as almas que, não merecendo o Inferno,
não podem, contudo, entrar no Céu sem expiarem a culpa) ou diretamente para o
inferno quando morressem.
Naquela
época, quem nascia pobre, escravo, seria pobre e escravo pelo resto de sua
vida. A igreja não permitia que um pobre que queria ser rico o fosse. Então, a
igreja pregava que fazendo isso, a pessoa iria para o inferno. Hoje, sabemos
que nós fazemos nosso destino.
A
Idade Média também foi a época em que, na Igreja, o padre era como Deus na
Terra, a autoridade máxima da igreja. Por isso, vendiam indulgências, alegando
que assim poderiam comprar um pedaço de terra no céu, e assim não iriam mais
para o inferno ou para o purgatório. Quando alguém já havia morrido e havia
cometido muitos pecados, alguém que ainda estava vivo poderia pagar por uma
indulgencia, salvando assim aquele que havia falecido.
Um
dos piores pecados que poderiam ser cometidos eram os desejos e as vontades
carnais. É por isso que, quando um homem sentia desejo por uma mulher, esse
desejo era considerado impuro. Então, ele pegava um chicote e se
auto-flagelava. A penitencia surgiu
nesse aspecto. Quando Martinho Lutero viu, se escandalizou. A partir de então,
escreveu as 95 teses, apontando os erros da igreja, para que assim esta se
corrigisse.
Há
uma frase de Lutero que me tocam muito e tem sido inspiração para minha vida.
Quando o parlamento se reuniu para apontá-lo como errado e mandaram que ele
voltasse atrás quanto às teses, ele disse que, se por meio da Bíblia fosse
provado que ele estava errado, ele voltaria atrás. Pelo contrário, manteria
suas palavras e lutaria para que estas não fossem deixadas de lado e sim,
postas em prática.
O
Comportamento da Igreja na Idade Média
Não
podemos falar de cultura e religião dentro da sociologia sem nos lembrarmos dos
conflitos da idade média. Prosseguindo com o assunto, encontramos na história
como a mulher era vista perante a sociedade.
Neste
período, a mulher era vista como uma mera procriadora, sem mais afinidades.
Então, estas começaram a se tornar uma ameaça para a sociedade a partir do
momento em que começaram a ler e a escrever, começaram a abrir a mente e
perceber que também tinham esses direitos. Foi o que causou a perseguição das
bruxas. Isso tudo foi uma construção social para alienar as pessoas da verdade,
de que as coisas não funcionavam daquele jeito dentro dos critérios de Deus. As
mulheres eram consideradas bruxas até mesmo quando eram maltratadas pelos
homens. Totalmente humilhadas e mortas. Jogavam-nas ao rio, se afundassem e
morressem, era porque eram inocentes e não bruxas, mas já estavam mortas e não
havia o que ser feito. Caso flutuassem e saíssem nadando, eram consideradas
bruxas e mortas da mesma forma. Eram torturadas e espancadas até a morte.
Neste
período, a autoridade divina e supraterrena era o maior ponto de referencia que
poderiam obter, por isso, ensinavam coisas dizendo que, era ordem de Deus.
Este
período se encerrou quando começou o Iluminismo, que abriu a mente das pessoas
e as fez enxergar que, existe um esclarecimento através da razão. É o
predomínio da Razão pela fé.
A
Religião Hoje
Desde
o período da Idade Média, muita coisa mudou. Perante a sociedade, todos tem
direitos de ir e vi livremente, de ler a Bíblia, de ler e escrever,
independente de sua raça, cor, sexo, origem.
Mas, podemos perceber que ainda existem culturas em que o ato de “ser
livre” é incorreto e extremamente perturbador.
Podemos
dizer que a Religião é um fato social. O modo como esta se empenha sobre a vida
de cada pessoa me faz pensar que ela tem o poder de alienar. Pessoas seguem sua
religião tão à risca, afastando de si a probabilidade de conhecer novos
horizontes, fechando-se em uma caverna.
A
partir do momento que existe uma crença, existe alienação em algum meio. É
necessário que não se tenha preconceito ou receio de conhecer todas as
verdades. Por exemplo: quando uma pessoa pensa que só suas ideias, só o que ela
aprendeu, só a doutrina de sua religião ou crença está certa, ela se torna
automaticamente uma pessoa alienada. E a partir daí, sua igreja terá o poder
sobre ela.
A
religião afasta, muitas vezes cega, e deixa de nos fazer enxergar o que há de
melhor. São simbologias, representações e ações coletivas. Também não podem ser
confundidos com fenômenos psíquicos, pois estes, por mais generalizados que
sejam, não tem existência fora de uma consciência individual e é dependente
dela.
Vamos olhar agora para Cristo como sociólogo
e antropólogo. Ele teve o intuito de mudar a sociedade para melhor. Cristo é
tão humano que só poderia ser divino, só poderia ser Deus. Ele era tão simples,
tão humilde, que fugia da compreensão da humanidade e só poderia ser Deus.
Em Israel, um leproso tinha que andar batendo
um sino e gritando “imundo! Imundo!”. No contexto social de Cristo era essa a
realidade, mas Cristo chegava perto dos leprosos e os curava. Ele transformava
o ser imediatamente. Mudava a compreensão humana.
A mulher, só servia para procriar. Quando
estava em menstruação, era imunda. Houve um dia que uma estava em hemorragia
continua, por anos. Ela soube que o Mestre estava vindo, mas para ela se
aproximar do Mestre, ela não poderia tocar nas pessoas. Quando ela toca em
Cristo, nas vestes de Cristo. Neste momento, Cristo parou, pois era sensível ao
toque do outro. Então diz: De mim saiu poder! Ele olha para trás, olha para a
mulher e diz: A sua fé te curou!
Isso nos ensina que para defendermos alguém,
devemos ser sensíveis. Defender o direito do outro, olhar com os olhos do
outro. A criança, na época de Cristo, era comparada a um animal. Cristo rompe o
paradigma de uma época. Pois ele ensina a amar os inimigos, ensina a amar as
crianças e que o reino de Deus é delas. Ele era capaz de ter algumas
compreensões bem interessantes.
“Você sabe quem
é pelo que você tem ao seu redor, pelo que capta sua inteligência, e ou pelo
que crê a sua fé. O homem se situa pelo espaço, pelo tempo e por sua
espiritualidade.” (Jéssica Tonete)
“O homem é a medida de todas as coisas; Das coisas que
são, enquanto são; Das coisas que não são, enquanto não são.”
(A verdade, Protágoras)
D's Abençoe todos nós!